sábado, 13 de fevereiro de 2010

Entrevista com Benicio Gumarães

Segue mais uma entrevista Realizada por mim com este que é considerado um dos grandes ícones do forró pé de serra Benicio Guimarães.


Pé de Serra Brasil: Quais foram as Inspirações de Benicio Guimarães?

Benicio Guimarães - Quando eu comecei a tocar eu me baseei em Gonzaga para cantar e em Dominguinhos para tocar, só que eu não tinha condições de comprar uma sanfona para eu aprender a tocar ate hoje eu estou me batendo para aprender, por volta dos anos 60 apareceu Dominguinhos, eu já tinha uns 20 anos ai foi que eu inventei de tocar sanfona, mas não tinha dinheiro para comprar uma sanfona, era um “cabra” pobre sem condições.

Pé de Serra Brasil: Como foi o começo?

Benicio Guimarães- Por volta do ano de 1968 lá em Alagoas um fazendeiro conhecido da região me pediu para arrumar um sanfoneiro bom para tocar em um casamento na mesma época chegou um conhecido de São Paulo levando uma Todechine conhecida como dente de coelho e ai eu falei com ele e pedi para deixar pegar na sanfona para tocar e disse a ele que nos tínhamos sido chamados para tocar em um casamento no mês de Dezembro, isso aconteceu em outubro de 1968, Joaquim que era o dono da Sanfona ficou assustado em saber que ia tocar na festa de casamento da filha de um dos fazendeiros mais conhecidos daquela região, mas eu disse a ele que não se preocupasse não porque eu iria tocar o melê e a sanfona seria fácil de levar, e vamos lá qualquer coisa que tocar ta bom o povo lá é meu amigo, resultado: toda semana eu ia lá na casa de Joaquim durante o mês de outubro e novembro só que eu via ele tocando via os outros ouvia na radio também, naquele tempo eu ouvia um forró da gota serena era um sucesso danado a radio Cabuji de Natal naquele tempo tocava Abdias, Geraldo Correa, Luiz Gonzaga, nao tocava muito Dominguinhos, e eu com uma vontade da gota de aprender a tocar escutava e ia tentando tocar e num é que eu desenvolvi em oito semanas eu aprendi a tocar dez musicas, tocar, cantar e solar, meu amigo dizia como é que tu aprendeu a tocar assim hein? Tu vai tocar no casamento, quando foi no dia 15 de Dezembro de 1968 fomos tocar no casamento, deu uma festa boa danada naquele tempo um tocador tocava a noite todinha em uma festa para ganha 30 conto e eu fui lá tocar nesta festa com Joaquim rendeu para nós 165 conto deu muito dinheiro, a turma comentava: - “mas rapaz que festa boa esta foi pra valer mesmo”, ai eu peguei e dei 80 conto para o Joaquim, fiquei com 80 e dei 5 para meu irmão, eu levei ele e ele disse que só ia por 5 então dei os 5 pra ele, ai passou o carnaval logo depois teve um outro casamento me chamaram para tocar também só que nesse eu ganhei um pouco mais ganhei 180, toquei somente este também ai voltei a cuidar de minha terrinha, passou no ano de 1968, de 69 chegou 1970 ai rapaz deu uma seca brava no nordeste, foi quando eu fui para o Mato Grosso para a casa de um primo meu passar uns tempo por lá e sem sanfona, chegando em Mato Grosso na casa de meus Primos tinha um homem lá perto que tinha uma sanfona ai comecei a pegar a sanfona e descobri este ritmo de musica do sul paraguaio o rasquiado, eu sei tocar um bucado de coisa por causa disso, não tinha instrumento eu pegava a sanfona do cara ai no ano de 1972 eu voltei para o nordeste comprei uma sanfoninha toquei em uma festa mas como era muito ruim, não prestava, eu devolvi para o antigo dono, ai deu um uns anos ruins pelo nordeste eu peguei e disse a mulher que ia para São Paulo trabalhar para comprar uma sanfona, no ano de 1974 a 1975 eu trabalhei em uma tecelagem para comprar uma sanfona, comprei ai fui para o programa de Pedro Sertanejo participei de um programa dele e fiz gravei um compacto, foi quando conheci Durval Viera, ai quando foi no ano de 1980 fui chamando para gravat o nível onde eu gravei algumas musicas como Sanfona Fuxiqueira, sete meninas estas coisas que estão ai ate hoje vai completar 30 anos de carreia agora no mês de abril.

Pé de Serra Brasil: Nestes 30 anos de carreira são quantos discos gravados?

Benicio Guimarães- Rapaz contando com os lp’s eu tenho 7 discos gravados

Pé de Serra Brasil: Existe algum projeto para um novo disco de Benicio Guimarães?

Benicio Guimarães - Estamos trabalhando para isso, os meninos estão correndo atrás para que em 2010 tenha um novo disco só com composições próprias, eu sou um cara muito simples, não me considero bom, que bom eu não sou, e não me considero pior que ninguém, eu agradeço sempre a Deus por me dar esta inspiração divina, porque não sou eu quem compõe nada é um anjo da musica que me manda a inspiração de escrever isso, eu não falo para os outros, mas eu acho bom tudo que eu escrevo, quando eu compus a musica Festa dos animais pensei logo isso é coisa para pessoa formada é coisa de universitário, e hoje meu trabalho é para este publico hoje meu trabalho e um pouco diferente não é bem o pé de serra puro tem algo um pouco mais voltado para os universitários por isso que tenho que tomar um pouco mais de cuidado para poder fazer uma musica, não posso dizer coisa com coisa tem que pensar muito antes de escrever uma musica hoje porque o publico do forró de hoje é mais estudado.

Pé de Serra Brasil: Na ultima entrevista realizada pelo blog Pé de Serra Brasil Flavio José disse que não existe forró universitário e sim um grupo de universitário que faz forró pé de serra. Você concorda com o pensamento de Flavio José?

Benicio Guimarães - Perfeitamente, são universitários que fazem forró pé de serra, a gente grava para universitário porque são eles quem fazem as pesquisa da cultura brasileira, eu agradeço a Deus por isso inclusive eu fiz uma musica dizendo isso “A JUVENTUDE MANDA”, o forró esta no Japão esta no mundo inteiro e é através dos universitários, os caras não fizeram isso, mas eu fiz Deus me deu a inspiração e eu fiz a musica no próximo disco de Benicio Guimarães vocês vão ver e ai depois você me diz como foi a repercussão desta musica.

Pé de Serra Brasil: Você voltou para o nordeste seu estado natal de Alagoas, passou um bom tempo antes de voltar para São Paulo, lá no nordeste hoje em dia o que esta mais em alta e um estilo diferente de fazer forró, é o que alguns chamam de forró eletrificado. O que você acha deste estilo de forró?

Benicio Guimarães - É bom, foi musica eu acho bom, tem gente que curte sertanejo e não gosta de forró, eu gosto de todos os estilos de musica, gosto de um rock, eu adoro o que é musica boa, pra mim foi boa a musica eu adoro e respeito, dou valor e respeito.

Pé de Serra Brasil: Quando você voltou para São Paulo você esperava ser tão bem recebido, ser aclamado por esta juventude toda cantando suas musica como Festa dos Animais, Sanfona Fuxiqueira, Sertão de Cabra Macho. Você esperava este retorno tão bom?

Benicio Guimarães - Agora no disco novo tem também libra Estelia, levanta pó, veja bem eu não fiquei muito tempo sem vim a são Paulo, eu vinha antes para passar estas coisas de direitos autorais, e esta burocracia todas do meio da musica, então eu já tinha uma noção de como estavão as coisa por aqui, eu não queria vir para ficar aqui batendo nas portas das casas de show atrás de datas para tocar, isso eu não queria fazer, mas ai meu filho juntos o os meninos daqui o Madruga e o Fabinho que hoje estão tomando conta de tudo isso pra mim então estou trabalhando e fazendo as coisas de forma certa e estou achando bom.

Pé de Serra Brasil: São João vai fazer algum trabalho no nordeste ou vai ficar por São Paulo mesmo?

Benicio Guimarães - No são João eu passo todo ano no nordeste, mas tenho algumas coisas marcadas por aqui também, tenho muita coisa marcada por este Brasil já graças a Deus, ma eu vou ver se consigo pelo menos uns 15 dias no mês de são João para mim, preciso descansar um pouco também.


Pé de Serra Brasil: E para esta turma que esta começando agora, estes jovens que estão iniciando a carreira, o que você tem a dizer para eles?

Benicio Guimarães – E muito bom, tem muita gente boa hoje em dia, tem muitos meninos cantando com uma vontade danada e cantando Benicio Guimarães ai eu acho melhor ainda. Nunca foi fácil cantar é preciso ter muita dedicação e não basta somente gostar tem que ter o dom hoje em dia tem uma molecada tocando muito não e muito fácil entrar no meio hoje em dia não, apesar de que nunca foi para mim não foi muito difícil não porque eu sou uma pessoa muito simples fui chegando de mansinho ate que consegui, mas tem que se dedicar muito mesmo não e fácil entrar hoje em dia, a pessoa dizer assim: “eu vou montar um trio e vou tocar” não e o suficiente, tem que ter o dom e dedicação entra só porque gostam não dura muito não, às vezes uns filhos de papai entra nesse meio e logo sai por sim mesmo, eu mesmo sou um homem que persistiu muito com pouco estudo, mas pode pegar todas minhas gravações você vai ver que todas as musicas tem uma melodia diferente e sou eu quem faço tudo, eu que faço as letras os arranjos, não me considero um grande em nada sou pequeno até no tamanho, mas temos que fazer as coisas com muita dedicação porque senão não da certo.

Pé de Serra Brasil: Neste circuito da nova geração tem alguém que você destaca como revelação?

Benicio Guimarães – Rapaz todos são bons, eu não quero falar muito não ate porque não conheço todos mas tem um grupo que esta dando muito certo e eu gosto muito do trabalho deles que é o Trio Dona Zefa são três irmãos muito bem entrosados tocam e cantam muito bem, tem Flavinho Lima também que considero muito bom fez o lançamento de cd dele a poucos dias inclusive gravou uma musica de Benicio Guimarães “Me liga” mas tem uma turma muito boa hoje nas paradas.

Pé de Serra Brasil: E da geração passada, você disse que se inspirou muito em Dominguinhos e em Luiz Gonzaga, teve mais algum no qual você considerou uma forte inspiração daquele tempo?

Benicio Guimarães – Para cantar com sanfona no peito foi Dominguinhos e o velho Lua, mas para tocar sanfona eu sou fã de Luizinho Calixto, Geraldo Correa, Sivulca, Mario zan, Jackson do Pandeiro, Ari Lobo Jacinto Silva, Osvaldo de Oliveira que era muito meu amigo também, estas pra mim foram os bons e eu me espelhei muito em todos eles agora perdemos uma pessoa que vai fazer uma falta muita Grande que foi Mestre Zinho.

Pé de Serra Brasil: Mudou muita coisa principalmente em São Paulo desde a ultima vez que você esteve nas paradas?

Benicio Guimarães– A única coisa que mudou é que não tem mais casa para tocar, hoje tem mais casa do que no tempo que eu estive por aqui, mas fora isso o sistema continua o mesmo.

Pé de Serra Brasil: Benicio para encerrar nossa conversar existe alguma mensagem que você queira deixa para todos os forrozeiros que lerão esta nossa conversa?

Benicio Guimarães – Eu quero Agradecer em primeira mão a todos os Universitários que curtem nossas musicas, esta turma, eles são o pivô de tudo são como uma engrenagem fazendo a gente viver na musica, agradeço aos DJs a todos que hoje fortalecem nosso trabalho, através dos estudos destes universitários que trouxeram de volta grandes nomes da cultura nordestina como Ary Lobo e tantos outros intérpretes desta Cultura do forró pé de serra, eu sé tenho a agradecer a todos vocês, agradeço a você também por este trabalho tão bonito que vem fazendo no forró pé de serra, agradeço, agradeço e agradeço...

Thiago Ferreira.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Mestre Zinho morre aos 67 anos





Faleceu na tarde deste domingo, dia 31, o cantor e compositor Erivan Alves de Almeida, mais conhecido como Mestre Zinho. O artista alagoano tinha 65 anos estava internado no Hospital Mário Kröeff, especializado no tratamento e prevenção do câncer, no Estado do Rio de Janeiro, desde o último dia 22.

Zinho foi internado após o aparecimento de um nódulo no pescoço que cresceu e passou a pressionar a carótida. Ele estava em estado gravíssimo, sendo mantido permanentemente sob efeito de forte medicação para evitar as fortes dores que vinha sentindo.

As 17 horas desse Domingo Mestre Zinho teve uma parada cardiaca que o levou a obito.

O velório será hoje dia 01/02 o Velório do Mestre Zinho será no cemiterio São João Batstado no bairro de Boafogo no Rio De Janeiro a partir das 13 horas o sepultamento está marcado para as 17 horas, O velorio Será na capela Real Grandeza.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Benicio Guimarães

Aguardem vem ai a tão esperada entrevista com Um dos maiores nomes do Forró de todos os tempo!!!!







terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Mestre Zinho está internado em estado grave no Rio de Janeiro

mestre zinho se recuperava de um câncer de próstata quando foi surpreendido por um nódulo no pescoço



Erivan Alves de Almeida, 67 anos, que ficou conhecido no Brasil inteiro como Zinho, o mestre do forró, está internado em estado grave, no Hospital Mário Kröess, localizado no bairro da Penha, cidade do Rio de Janeiro. O cantor e compositor, nascido em Rio Largo, recuperava-se do tratamento de um câncer de próstata, quando foi surpreeendido pelo crescimento de um nódulo pescoço. Por conta disso, o músico está internado, desde a última sexta-feira (22) e os médicos aguardam que ele melhore seu quadro de saúde para realizar uma tomografia computadorizada.

De acordo com a Margô Casas, esposa de Zinho, o cantor está se alimentando com sonda, respirando com a ajuda de aparelhos e passa a maior parte do tempo sedado. "Mas, quando ele acorda, quer a família por perto. Há quatro dias estamos aqui e eu ainda não fui em casa”, contou ela, que é enfermeira do mesmo hospital.

Margô Casas também afirmou que tem recebido a solidariedade de muitos amigos e fãs do artista. “Peço que continuem rezando por ele. Tenho que certeza que as orações estão sendo muito importantes”, disse.

Apesar de confiante, ela afirmou que está desconfiando da demora dos médicos em realizar uma biopsia no paciente. "Ainda não sabemos se é um novo câncer e acho que a equipe médica já deveria ter operado o Zinho. Na verdade, ninguém nos explica direito o que está acontecendo e a família fica aqui, nessa angústia. O caroço tomou conta de todo o pescoço e tenho medo que cresça ainda mais se nada for feito logo", desabafou Margô.

Zinho quer ver o filho

Hoje pela manhã, Zinho pediu para ver o filho Luciano, que mora aqui em Maceió. E para atender ao pedido do forrozeiro, o prefeito Cícero Almeida, que é amigo pessoal do músico, resolveu doar as passagens aéreas que Luciano pudesse ir até o Rio de Janeiro

fonte: http://www.forrobrasileiro.com.br

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Opiniões....


Em entrevista concedida o vocalista da banda Estakazero, Léo Macedo, discorda de um dos maiores forrozeiros do país, Flávio José, e diz que o forró universitário existe, sim e é “uma evolução do forró”....

sábado, 9 de janeiro de 2010

Entrevista com Flavio José




Segue mais uma entrevista feita por mim via Internet com o compositor, cantor e acordeonista paraibano Flávio José se firmou como um dos grandes nomes do forró nordestino ao misturar xote com forró romântico. Preservando o acordeom, a zabumba e o triângulo como elementos principais em suas apresentações, o cantor contou um pouco da sua história, dos planos de gravar um DVD.

Quais as suas principais influências?
Flávio José: Minha grande influência, para entrar na autêntica música nordestina, foi Luiz Gonzaga. Aos 5 anos de idade, eu vi pela primeira vez Luiz Gonzaga em cima de um caminhão fazendo um grande show, e depois disso eu pedi a meus pais uma sanfoninha. Aos 7, comecei a tocar, e aos 10, eu comecei a tentar cantar e acompanhar na sanfona. Daí pra cá, eu formei trios de forró com mais dois irmãos e formei bandas de baile. Eu passei 23 anos como funcionário do Banco do Brasil. Nessa época, eu toquei nas mesmas casas de shows que Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Trio Nordestino, que também me influenciou muito, e, estou no mundo do forró até hoje

Há quanto tempo está na estrada?
Flávio José: Tenho uns 30 anos de carreira. Mas eu só comecei há gravar um pouco depois. Durante a minha carreira eu gravei 8 vinis e 16 CDs, sendo que, o mais novo saiu esse ano com o título de “Tá Bom Que Tá Danado!”.

Como você avalia a fase do forró hoje em dia?
Flávio José: Eu não tenho nada a reclamar, pois fazemos muitos shows. Só lamento que não possamos mais gravar porque os compositores não estão compondo mais, por conta da pirataria. Pois eles não ganham nada e assim não tem interesse em compor.


Como discípulo de Luiz Gonzaga, o que acha das bandas de forró mais pop que incorporam recursos mais eletrônicos?
Flávio José: Olha, a questão de introduzir guitarra, bateria e contrabaixo eu acho que não tem muito problema. Luiz Gonzaga já havia feito isso. Ele gravou com esses instrumentos. O Trio Nordestino também gravou dessa forma. Agora, os teclados não. Não têm nada haver com o forró, e foge totalmente do estilo. A gente sabe que o forró autêntico, o verdadeiro, é o que a gente faz, e eu só conheço esse. De repente você percebe que bandas que se diziam de forró, hoje, estão totalmente fora do que começaram a fazer. Fazem um ritmo mais pop, que mistura muita coisa. Mas, eu só fico triste, no segmento do forró, quando se apela, quando se usa muito duplo sentido pesado. Tem muita coisa ruim por aí apelando, e isso me entristece muito, porque nossos filhos estão escutando, as famílias estão sendo agredidas nessas apresentações, isso me entristece. Mas, aquilo que a gente não pode mudar, a gente tem que aprender a conviver, e eu já aprendi.


Como vê os movimentos que fizeram o forró ficar em evidência em todo o país, como o forró universitário, por exemplo?
Flávio José: Olha, eu acho que isso foi uma onda, e acho até que já passou, porque não está mais evidência como estava antes. E eu nunca costumo chamar de forró universitário, porque, é a mesma coisa que a gente faz, apenas são universitários que se apaixonaram pela autêntica música nordestina e vieram somar com a gente nessa linha de Luiz Gonzaga. Mas são pessoas que fazem, realmente, um forró autêntico, pé de serra, já que tem uma sanfona, uma zabumba e um triângulo mantendo aquele swingue maravilhoso.

Como anda a sua experiência como empresário de banda de forró?
Flávio José: Hoje, eu só tenho mesmo a minha carreira de músico para cuidar, que já é de bom tamanho. Porque hoje, sinceramente, não querendo ser indelicado com ninguém que está começando, eu diria que se fosse para eu começar, eu não teria coragem, porque é muito difícil. Diria que é quase impossível, hoje, uma pessoa começar uma carreira artística, e, quem estiver lendo esta matéria, não me leve à mal, e siga até um conselho: estude pra caramba, procure fazer a sua vida, tenha como meta estudar e vencer na vida, e leve a música paralelamente.

- Foi assim com você?
Flávio José: Eu vivi isso. Eu fui funcionário do Banco do Brasil durante 23 anos, e dentro do próprio banco eu me esforçava pra gravar um disco. Eu saía de férias para divulgar o disco. Uma vez eu saí em pleno carnaval para divulgar meus discos e as pessoas brincavam com isso, e eu deixava os discos nas rádios. Durante o mês de junho eu não tinha férias. Eu era conhecido como o cantor dos 300 km, porque eu trabalhava até as 13 horas da tarde, almoçava na cantina do banco, o carro da banda ficava na calçada do banco me esperando, e a gente saía para fazer shows no mês de junho, num raio de até 300 km, para dar tempo de voltar, tomar um banho, vestir a roupa de bancário e voltava dormindo no carro até a porta do banco. Descia umas 7 horas e começava a trabalhar e a banda ia dormir. Quando era meio-dia, morrendo de sono, lá estava o carro da banda de novo na porta do banco me esperando, e era assim todos os dias de junho. Então, eu acho que as pessoas que querem começar uma carreira, tenham paciência, pois ninguém acontece do dia pra noite. Essas coisas apelativas que a gente vê ficam 2, 3 meses, mas nunca vão ficar na história, caem no esquecimento rapidinho.

Quais os seus planos para depois do São João? Tem planos para um DVD?
Flávio José: Eu vou tocar até quase final de julho, depois eu vou dedicar o último final de semana pra minha família, aproveitar pra viajar e descansar. Temos um projeto de um DVD sim, que vai amadurecer aos poucos. Não é porque todo mundo tem que fazer um DVD, que a gente vai fazer isso com pressa. A gente quer fazer um trabalho bem planejado. O público já conhece tudo, menos a minha vida, a minha história, de onde eu vim. Enfim, é um projeto que está amadurecendo, buscando uma parceria que faça também a distribuição desse DVD. Eu não pensei em fazer um DVD até agora porque a gente não tem distribuição, e dessa forma, quem vai ganhar é a pirataria, então a gente está procurando por parcerias que coloquem nossa música em todas as lojas do Brasil.

Os seus fãs que acompanham os seus sucessos sabem que você tem um show pra realizar na Suíça. Quais as novidades que você vai levar para fora do país?
Flávio José: Eu por enquanto não fui convidado ainda. A gente nem sabe se será esse ano, no festival, se vai rolar a noite do forró. Eu acredito que tenha que acontecer novamente, pois foi um sucesso no ano passado e eu espero que outros artistas tenham a oportunidade de serem convidados e participarem também.

Então quais as novidades que nós podemos esperar?
Flávio José: A novidade é que sempre estamos buscando músicas para formar um repertório pra gravar um novo disco. Esse ano eu não gravei por falta de música, mas na hora que a gente completar ao menos 12 músicas, a gente vai fazer um disco novo.

Podemos esperar de você um CD apenas com músicas religiosas?
Flávio José: Quem sabe, não sei o futuro, o dia de amanhã. Não vou dizer nem que sim, nem que não. Deus é quem sabe.

E no dia, espero que demore muito, em que você se aposentar, como você quer ser lembrado pelos fãs?

Flávio José:Como uma pessoa séria, correta, fiel ao trabalho que sempre desenvolvi. Um dos autênticos defensores da música e cultura nordestina.

Para finalizar, deixe um recado especial para os internautas:
Flávio José: Que Deus abençoe a todos, que deixam Deus entrar na vida de vocês para que sejam muito felizes pra sempre!

Thiago Ferreira

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Origem e evolução do Forró

Origem e evolução do forró

O forró é um ritmo alucinante que faz parte do gênero típico dos festejos juninos, hoje difundido no país inteiro independente de época, onde duas pessoas dançam agarradinhas e deixam – se embalar pelo ritmo empolgante que só ele proporciona.
Tem suas raízes no nordeste, não se sabe ao certo como, onde e quando ele apareceu. É certo que ele chegou em São Paulo e aos estados do sul através de Luiz Gonzaga por volta dos anos 40 e através de migrantes nordestinos que procuravam trabalho na capital e para se divertir, ensinavam suas músicas ao povo paulista.
Há quem diga que a palavra “forró” deriva - se da expressão “For All” (Para Todos) a qual vinha escrita, em placas, nas portas dos bailes promovidos pelos ingleses em Pernambuco no início do século na época das construções das ferrovias e significava que todos podiam participar da festa envolvida por ritmos parecidos hoje em dia com o forró.
Outros historiadores acreditam que a palavra “forró” se origina dos bailes aos quais o povo costumava chamar de “Forrobodó” e, com o tempo, devido a facilidade de pronúncia, acabou sendo chamado simplesmente de “forró”. Independente da origem, é certo que ele existe para a nossa felicidade.
O forró tradicional é constituído pelo sanfoneiro, pandeirista e o tocador de zabumba e triângulo junto com acompanhamentos musicais de sanfona, triângulo e agogô. Antes, preso somente ao nordeste e aos festejos juninos, se ouvia falar muito de devastação, solo rachado, gado magro, seca no nordeste, sofrimento e lamentação.
O forró mais moderno já é constituído por baterista, guitarrista, baixista e outros equipamentos eletrônicos, trazendo um novo estilo de dança mais alegre, sensual e carismática para todas as idades e classes sociais disputando o mercado com outros ritmos mais famosos.
Seja qual for o estilo ou conteúdo das músicas, ele continua conquistando cada vez mais pessoas com o forró que se caracteriza desde o “Forró Pé de Serra” em MG e na região mais a sudeste, passando pelo forró de Fortaleza, Aracaju... até chegar ao tradicional (“dois pra lá e dois pra cá”).
Nas épocas juninas, pessoas costumam se deslocar para cidades pequenas onde acreditam encontrar um clima mais aconchegante de interior. Até mesmo para sair da rotina da cidade grande, sem contar com a possibilidade de conhecer pessoas novas de outras cidades e regiões compartilhando de uma dança que envolve contato corporal e por que não dizer mental e espiritual? No embalo dessa música pode levar qualquer um ao paraíso..

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